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Apuração das eleições na época do papel durava dias

Publicada dia 22/10/2018 às 19:37:53

Thaís Balielo

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Atualmente existe uma “onda” de pessoas pedindo o voto impresso, pois temem que a urna eletrônica possa ser fraudada, porém muitos nunca votaram em cédula e não sabem a diferença entre os processos de apuração. O diretor do Cartório Eleitoral de Santa Cruz do Rio Pardo, Flávio Roberto Oliveira, garante que as urnas eletrônicas vieram agilizar o processo de apuração e dar segurança, já que no papel a facilidade de fraudar existia.

Em Santa Cruz, a apuração atualmente é feita por uma junta de cinco pessoas, sendo que antes das urnas eletrônicas era preciso quase 300 pessoas e a apuração podia durar até quatro dias. O advogado Gerson Balielo Júnior trabalhou em apuração por quase 30 anos e também afirma que o sistema atual é muito mais ágil e seguro.

Gerson relata que sempre trabalhou como mapista quando era voto em papel. Ele lembra que eram feitas divisões por setores, as urnas eram trazidas para cada turma iniciar a abertura, contar os votos, ver se era a mesma quantidade de pessoas que tinham votado, e depois disso passava-se a apuração propriamente dita.

Com a apuração dos votos, o mapista preenchia o mapa que era um caderno que depois passava por uma revisão e ia para a finalização no setor de finalização, que era onde chegava o resultado de cada urna pelo mapa preenchido pelos mapistas. As apurações duravam em média três até quatro dias quando a eleição era para diversos cargos como a deste ano.

Quando a eleição era municipal o clima era de ainda maior expectativa. A apuração acontecia no Ginásio de Esportes aberta para toda a população e imprensa. “O público, os candidatos, todos ficavam no ginásio buscando informações e à medida que iam sendo publicados os resultados das urnas as comemorações eram eufóricas”, relata.

Gerson explica que eram proibidos de entrar com caneta azul ou preta, pois era tudo preenchido e assinado somente com caneta vermelha fornecida pela justiça eleitoral. “Depois que o voto passou para eletrônico, ficou muito mais fácil. As pessoas sequer aparecem no local para acompanhar porque já sabem o resultado da votação de cada urna com a emissão do BU (Boletim de Urna), é tudo gravado em disquetes e transmitido ao TRE quase que instantaneamente. De mais de 300 pessoas trabalhando na apuração, depois do voto eletrônico caiu pra menos de 10”, diz.