Contrariando seu partido, Capitão Augusto apoiará Bolsonaro

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As negociações entre o Partido da República (PR) e Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato à presidência, não evoluíram, e o PR já anunciou que não irá apoiar Bolsonaro, que sem a presença de Lula lidera as pesquisas de intenções de votos.

A decisão causou uma saia justa para o deputado Federal Capitão Augusto (PR), ourinhense, que nunca escondeu o seu apoio à Bolsonaro. E mesmo com a decisão do Partido da República, Augusto garante apoio ao pré-candidato do PSL. “Meu apoio já foi declarado ao Bolsonaro, então independente de qualquer coligação eu vou apoiar ele, até pela amizade que eu tenho, pelo fato de ser militar também, e claro, por acreditar nas propostas dele”, disse.

Em entrevista, Augusto mostrou-se decepcionado, pois desde dezembro já vinha trabalhando na aliança do PR com o PSL. “Seria um casamento perfeito, e estava tudo certo até a semana passada. Ainda não sei o que aconteceu, não encontrei com o Bolsonaro, pois estamos em recesso, só posso garantir que infelizmente perde o PR e perde o Bolsonaro”, acrescentou o deputado por telefone ao Atual.

O Capitão disse não temer nenhuma retaliação pelo fato de manter o apoio ao presidenciável, contrariando o partido. “O PR respeita muito a decisão de seus integrantes, e eles sabem que o Bolsonaro é meu amigo pessoal, além de ser militar, tem a mesma filosofia e ideologia que eu tenho, eles sabem que tenho que manter a coerência e a palavra que já tenho com o Jair”, explicou.

O deputado analisou que não é só tempo de propaganda política na televisão que Bolsonaro perde com o não acordo com o PR. Segundo ele, o partido possui 10.500 diretórios municipais, mais de três mil vereadores, 400 prefeitos, deputados federais e estaduais, além de senadores, sendo considerada uma estrutura muito grande e forte. “Também tornaríamos o Bolsonaro mais atraente para outros partidos, fora, claro, os 45 segundos que oferecíamos no horário eleitoral, mas como já disse, infelizmente não deu certo”, concluiu.

Capitão Augusto acredita que agora o PR deva optar entre os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) ou Geraldo Alckmin (PSDB), com maiores chances para o ex-governador do estado de São Paulo.