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Capitão Augusto vê risco real de impeachment de Bolsonaro

Publicada dia 09/05/2019 às 15:43:33

Renan Alves

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Em entrevista ao Valor Econômico, o deputado capitão Augusto Rosa (PR), presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública – a bancada da bala, como é conhecida – disse que a relação ruim com o Congresso faz com que haja risco real de impeachment de Jair Bolsonaro (PSL).

“É triste uma luta tão grande para a direita assumir o poder e ver esfacelando a nossa imagem”, disse Rosa, que lidera a segunda maior bancada do Congresso e uma das principais bases de sustentação do governo.

“Não é opinião pessoal, é o sentimento geral da Casa. Estou com o Bolsonaro até o fim. Se tiver impeachment, eu voto contra, subo, defendo, brigo, uso meu super trunfo. Se afundar o barco, afundo junto. Mas vocês estão ouvindo alguma coisa diferente do que estou falando?”, afirmou.

O parlamentar, que renunciou ao cargo de vice-líder do governo no Congresso, diz que vê com Bolsonaro a repetição do filme que tirou do poder a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em Santa Cruz do Rio Pardo, Augusto já disparou críticas contra o governo Bolsonaro. Ele afirmou que a articulação política do governo “vai de mal a pior”. “Ele foi eleito presidente, não dono do Brasil. Tem que entender que é preciso dividir com o Congresso”, afirmou o Capitão sobre Bolsonaro. Ao revelar uma insatisfação geral dos deputados, Augusto lembrou que outros presidentes por acreditar que poderiam passar por cima dos parlamentares.

Policial militar da reserva, o deputado paulista diz que o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB) – “muito elogiado na Câmara” – tem conversado longamente com os parlamentares e se interessou bastante por um perfil dos 513 deputados elaborado por ele na forma de um jogo de cartas para influenciar nas votações.

“O bombeiro fala que o ambiente está gasado, falta só a faísca para explodir. Ambiente gasado tem insatisfação política e insatisfação popular. A insatisfação política já está instalada, a olhos vistos. E se você juntar com a insatisfação popular, só falta uma faísca”, diz, ressaltando que, caso isso aconteça, “o Mourão assume sim”.