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O pão nosso de cada dia!

Publicada dia 12/07/2019 às 10:11:48

Thaís Balielo

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Quando escutamos aquele ditado popular “Deus ajuda quem cedo madruga” logo nos lembramos do padeiro que tem que acordar antes de todo mundo. No dia 8 de julho é comemorado o Dia do Panificador (Padeiro) e o Atual procurou alguns profissionais do ramo para contar a história da profissão e as mudanças que ocorreram nos últimos anos.

A história não tem uma data exata sobre como o pão surgiu, mas acredita-se que os primeiros pães foram feitos há mais de 12 mil anos na Mesopotâmia, na atual região do Iraque. O pão é feito com os mais diversos grãos como trigo, centeio, milho, cevada e outros. Pode ou não levar fermento e sempre cai bem em qualquer refeição.

Carlos Alberto Victor, 52, trabalha há mais de 25 anos no ramo de padaria. Ele conta que começou como ajudante por necessidade de emprego e foi tomando gosto, aprendendo e continuou como padeiro.

“Não fiz curso, aprendi tudo na prática. Antes não tinha essas misturas prontas, tinha que temperar a farinha. Em cada padaria tinha uma forma de trabalhar. Cada lugar vai aprendendo um jeito de trabalhar. Sei fazer um pouco de confeitaria, fazer salgado. Tudo que puder aprender é bom. O patrão vê algo diferente e é só me trazer a receita que faço”, garante.

Sobre acordar cedo, Carlos conta que hoje em dia está muito mais fácil para os padeiros por conta dos novos equipamentos. “O padeiro é o primeiro a acordar, mas antigamente era pior. Tinha que fazer pão na noite e cuidar a madrugada toda. Fazia a massa de dia, deixava fermentando e depois passava a noite inteira fazendo pão”, relata.

As padarias de hoje em dia possuem uma câmara fria que mantém a massa gelada para segurar a fermentação e em determinado horário programado ela começa a aquecer fazendo a massa crescer. Quando o padeiro chega cedo está tudo pronto para colocar para assar.

Carlos também fala das farinhas que hoje já compra temperada para a massa de pão e basta colocar fermento, mas antes era preciso temperar a farinha. Outro equipamento que facilita sua vida é o divisor que corta a massa do pão em tamanhos iguais e com isso pães assados saem todos uniformes. “Antes o pão saia muito disforme. Os fiscais davam multa em padaria porque tinha pão fora do padrão, não podia ter menos de 50 gramas. Hoje sai tudo do mesmo tamanho. A máquina corta trinta pães por vez”, revela.

Vinicius Martins Barbosa, 20, trabalha em padaria há três anos e já atuou em salgadaria também. Ele conta que chegou a pegar padaria sem a divisória e que era muito mais difícil cortar a massa na mão. Tinha que abrir a tira de massa e medir no dedo para cortar os pedaços.

Ele começou na profissão também por acaso. Vinícius trabalhava em mercado e o padeiro pedia algumas ajudas, então se tornou auxiliar. “Quando ele saiu eu assumi a padaria. Tomei gosto pela profissão. O grande problema de seguir nesta profissão é o tempo que fica em pé, tenho problema no joelho e não ajuda muito. Gosto desta área de cozinha, mas vou ter que me adaptar”, diz. Vinícius ajuda com os pães na padaria que trabalha, mas também é responsável pela confecção dos biscoitos e das pizzas do estabelecimento.

Já Pablo Victor Sacramento, 19, foi inspirado pelo tio Carlos a se tornar padeiro. Ele já ajudou o tio em algumas padarias e agora está há um ano e oito meses trabalhando junto com o tio padeiro. “Gosto da profissão, me inspiro no meu tio e tento aprender tudo o que ele tem para ensinar”, afirma.

Pablo também gosta muito da parte de confeitaria. Ele revelou querer fazer cursos e se especializar na área de padaria e confeitaria. Como sempre gostou de cozinha, conta que agarrou a oportunidade de trabalhar na padaria. Acredita que será sua profissão para a vida.

Lenda do Dia do Panificador

O Dia do Panificador foi criado em homenagem à Santa Isabel de Portugal, conhecida popularmente como a “padroeira dos padeiros”. De acordo com a lenda, durante o século XIV, Portugal enfrentava uma intensa crise e as pessoas passavam muita fome. Para ajudar os menos afortunados, a rainha de Portugal, Isabel de Aragão, distribuía anonimamente pães para os pobres.

Certo dia, quando a rainha se preparava para distribuir os pães, o rei D. Dinis I interceptou-a e exigiu que ela mostrasse o que escondia no seu avental.

A rainha respondeu que levava rosas, mas o rei não acreditou e pediu para que Isabel revelasse o conteúdo misterioso. Ao abrir o avental, várias rosas caíram ao chão e os presentes começaram a gritar: “Milagre! Milagre”.