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Como é especial ter um filho especial

Publicada dia 11/10/2018 às 17:28:39

Arquivo Pessoal

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O nascimento de um filho muda a vida de qualquer casal, mas pais de crianças especiais relataram como a presença destas crianças na casa pode trazer ainda mais alegria e unir a família.

É o caso de Gisele Fernanda de Souza Antônio Valentim, 21, que é mãe da Maria, de 2 anos, com Síndrome de Down. “Descobri que a Maria era Down depois que ela nasceu. Foi bem tranquilo, mesmo estando nervosa recebi a notícia bem calma. Tive medo sim, mas logo que olhei pra ela só senti amor”, relata.

Gisele explica que Maria não precisa de muitos cuidados especiais e que a principal diferença é o tempo do desenvolvimento no aprendizado de andar e falar. “Com a Maria conhecemos um amor diferente, sem medo, verdadeiro e puro que uniu a família de uma forma que não imaginávamos. Ela é carinhosa, ama cada um com um jeito único, trouxe pureza pra nós. Ela não precisa de um cuidado diferenciado, é independente e se comunica com a gente do jeitinho dela. Com toda certeza tudo mudou com a chegada dela, porque toda a família aprende a cada dia com ela coisas novas, como abraçar mais uns aos outros, beijar mais, dizer eu te amo mais vezes”, conta.

A dona de casa Edneia de Fatima Ferreira Fernandes, 41, é mãe do Rafael, 9, que é autista. Ela conta que ele foi um bebê que andou aos 18 meses e falava algumas palavras, mas parou de falar aos 2 anos. “Ele gritava muito e batia nas orelhas quando via algo na televisão que achava engraçado ou interessante, até que minha cunhada levantou o alerta sobre a possibilidade do autismo. Então passamos pelo pediatra, fonoaudióloga e neuropediatra. Com a confirmação do diagnóstico o chão caiu. É uma mistura de tudo, de medo, angústia e pensamento de ‘o que fizemos de errado? ’”, relata.

Edneia e seu marido nunca tinham ouvido falar em autismo. Então procuraram ler mais, entender mais sobre o assunto. “Vejo mães falarem de algumas crianças que não dormem a noite, que são agressivas. Com a graça de Deus, meu filho não tem isso. Ele dorme muito bem e nunca foi agressivo. Pelo contrário, ele é muito carinhoso. Hoje a minha vida é por ele e para ele. Aprendo todos os dias com o Rafael. Tanto eu como a família também”, garante.

Edneia conta que o filho os ajuda a ver o mundo diferente no sentido de ingenuidade. “Um mundo sem diferenças, um mundo bom. Ele é de uma inocência, não tem maldade”, diz.

A mãe conta que a escola tem ajudado muito ele a ficar mais animado. “Seu brinquedo preferido é bola, gosta de assistir futebol, assiste missa pela televisão e não tira o celular da mão nem pra ir ao banheiro”, conta.

Creusa Aparecida Polucênio teve o filho caçula aos 49 anos. Hoje com três anos, Antônio Carlos nasceu com Síndrome de Down. “Descobri apenas quando ele nasceu e para mim foi normal, já para minha família acredito que foi um susto. Não vejo dificuldades, para mim ele é igual qualquer outro irmão e me faz muito feliz, apenas é mais agitado”, afirma.

A mãe relata que Antônio tem uma intensidade enorme em tudo, tanto pra amar quanto pra ficar bravo. “Ele ama abraçar, beijar, cumprimentar todos na rua, tudo pra ele é amor e abraço. Chegou pra mudar nossas vidas mesmo, porque nós não éramos uma família que demonstrávamos amor sempre e o Antônio veio pra quebrar tudo isso e mostrar que o amor vai além de tudo”, diz.

Creusa não conhecia muito sobre Down e não sabia ao certo o que iria enfrentar.  “Achava que seria algo difícil, diferente, que as pessoas não aceitariam bem, mas quando ele chegou foi totalmente diferente. Ele é uma pessoa normal como todas as outras, porém com um amor e uma luz diferente e única”, garante.

Mãe de oito filhos, Creusa afirma que tudo mudou em sua vida com a chegada do caçula Antônio. “Ele chegou trazendo uma luz, um amor que a gente nem pensava que existia. É muita felicidade e o aprendizado é no dia a dia, pois cada dia aprendemos algo novo com ele”, revela.