Jogos eletrônicos: pais têm a obrigação de impor limites
Claudio Antoniolli
“Ele me surpreendeu quando pediu de presente de aniversário ficar jogando videogame por 24 horas seguidas”, disse Valéria Vieira Frasson, sobre seu filho Otávio Miguel Vieira Frasson, 13 anos e é claro que os pais não concordaram com o pedido.
Esse é um dilema de muitos pais, saber quando que o filho está passando do limite, quando está ficando viciado em jogos eletrônicos e qual é esse limite.
O Atual conversou com o psicólogo Regis Fernando Pilati, onde ele deixa claro que os pais é que devem saber e impor esse limite. “Principalmente a criança, o adolescente, eles não têm essa noção do limite. Cabe aos pais, os adultos imporem esse limite, e claro, sempre na base de muita conversa, sem truculência ou ameaças”, comentou o psicólogo.
Regis afirmou que é difícil limitar um tempo, como saber se a criança está passando dos limites. “A gente vê casos que a criança deixa de ter convívio social, não realiza as tarefas escolares, e às vezes deixa de lado até a higiene pessoal, como escovar os dentes, ou até mesmo estando apertado não vai ao banheiro para não sair da frente do jogo”, explica.
Valéria garante que esse não é o caso de Otávio. “Se deixar, ele passa horas em frente do videogame, mas colocamos limite, ele realiza todas as tarefas, e é muito cobrado pelo pai no seu desempenho escolar”, fala.
A mãe também conta que o comportamento do filho muda quando lhe é tirado o aparelho eletrônico. “Por incrível que pareça ele fica mais amável, atencioso, está sempre perguntando se preciso de ajuda e quando está no videogame nem se lembra de que tem mãe”, disse rindo. Regis explicou que isso vai de criança para criança. “Na maior parte das vezes, a criança fica irritada, rebelde, e por isso a conversa é a melhor solução para esses casos”, garante.
O psicólogo alerta que até mesmo sem querer a mãe ou o pai acaba incentivando o vício da criança. “A mãe quer realizar as tarefas domésticas e para ter ‘paz’ acaba incentivando o filho a ficar jogando. Há casos também que me chamam atenção, às vezes a família está em uma mesa de restaurante e o filho com o tablet ou um fone de ouvido, isso porque a criança não queria ir e é uma forma de deixar ela quieta, isso não pode acontecer”, diz.
Outro alerta é para os pais sempre estarem atentos aos jogos e computadores. “É claro que não podemos nos dias de hoje tirar as crianças do mundo digital, existe vários benefícios, até para o futuro profissional; mas também há muitos perigos. Os pais precisam estar sempre atentos, e evitar jogos violentos, as imagens são muito reais, e cada criança pode ter um comportamento diferente diante destas cenas”, finalizou Regis.