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Jogos eletrônicos: pais têm a obrigação de impor limites

Publicada dia 14/03/2019 às 11:08:42

Claudio Antoniolli

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“Ele me surpreendeu quando pediu de presente de aniversário ficar jogando videogame por 24 horas seguidas”, disse Valéria Vieira Frasson, sobre seu filho Otávio Miguel Vieira Frasson, 13 anos e é claro que os pais não concordaram com o pedido.

Esse é um dilema de muitos pais, saber quando que o filho está passando do limite, quando está ficando viciado em jogos eletrônicos e qual é esse limite.

O Atual conversou com o psicólogo Regis Fernando Pilati, onde ele deixa claro que os pais é que devem saber e impor esse limite. “Principalmente a criança, o adolescente, eles não têm essa noção do limite. Cabe aos pais, os adultos imporem esse limite, e claro, sempre na base de muita conversa, sem truculência ou ameaças”, comentou o psicólogo.

Regis afirmou que é difícil limitar um tempo, como saber se a criança está passando dos limites. “A gente vê casos que a criança deixa de ter convívio social, não realiza as tarefas escolares, e às vezes deixa de lado até a higiene pessoal, como escovar os dentes, ou até mesmo estando apertado não vai ao banheiro para não sair da frente do jogo”, explica.

Valéria garante que esse não é o caso de Otávio. “Se deixar, ele passa horas em frente do videogame, mas colocamos limite, ele realiza todas as tarefas, e é muito cobrado pelo pai no seu desempenho escolar”, fala.

A mãe também conta que o comportamento do filho muda quando lhe é tirado o aparelho eletrônico. “Por incrível que pareça ele fica mais amável, atencioso, está sempre perguntando se preciso de ajuda e quando está no videogame nem se lembra de que tem mãe”, disse rindo. Regis explicou que isso vai de criança para criança. “Na maior parte das vezes, a criança fica irritada, rebelde, e por isso a conversa é a melhor solução para esses casos”, garante.

O psicólogo alerta que até mesmo sem querer a mãe ou o pai acaba incentivando o vício da criança. “A mãe quer realizar as tarefas domésticas e para ter ‘paz’ acaba incentivando o filho a ficar jogando. Há casos também que me chamam atenção, às vezes a família está em uma mesa de restaurante e o filho com o tablet ou um fone de ouvido, isso porque a criança não queria ir e é uma forma de deixar ela quieta, isso não pode acontecer”, diz.

Outro alerta é para os pais sempre estarem atentos aos jogos e computadores. “É claro que não podemos nos dias de hoje tirar as crianças do mundo digital, existe vários benefícios, até para o futuro profissional; mas também há muitos perigos. Os pais precisam estar sempre atentos, e evitar jogos violentos, as imagens são muito reais, e cada criança pode ter um comportamento diferente diante destas cenas”, finalizou Regis.