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Segundo pesquisa, 65% dos brasileiros não possuem reserva contra imprevistos

Publicada dia 09/02/2018 às 18:16:01

Carol Leme

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Uma pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que seis em cada dez brasileiros não possuem qualquer reserva financeira. Segundo o indicador, 65% dos brasileiros não possuem reserva contra imprevistos, independente da classe social.

Para o consultor financeiro José Aparecido Sônego, independente de condição financeira, o brasileiro não tem o hábito de poupar e de se planejar mesmo que a curto prazo, tendo como característica o imediatismo. “Criou-se aquele hábito de fazer um carnê ou parcelar um item como televisão ou celular sem observar se cabe dentro do orçamento e se realmente é necessário naquele momento”, observa.  Ele explica que, para poupar dinheiro é preciso pensar bem antes de comprar, principalmente diante de ofertas tentadoras, que podem pegar pelo impulso.

O consultor indica que os brasileiros comecem pelo planejamento financeiro para, antes de poupar, saber se realmente podem ou não e avaliar suas condições. Sua proposta consiste em, dividir seja em papel ou por meio de aplicativos, seus gastos em três partes: 50% da renda familiar deve cobrir as despesas fixas, como aluguel, água, luz, telefone e supermercado. Já 35% devem ser separados para os gastos variáveis e não essenciais, como gasolina, beleza, lazer, saídas de final de semana, aquisições e despesas médicas que vierem a surgir.  “Outros 15% entrariam na poupança, mas antes de poupar tem que equilibrar as finanças, então, em um primeiro momento, depois de analisar e ver a situação, usar o que reservaria para cobrir possíveis dívidas, como prestações e cartões”, orienta.

Depois de sanadas as dívidas, Sônego indica que se faça uma reserva emergencial, que deve ser de 4 a 8 vezes o valor das despesas fixas, para o caso de eventualidades, como desemprego, dando uma folga de meses para se recolocar no mercado e pagar as contas, mas atenção, este dinheiro deve ficar reservado para emergências, e não deve ser utilizado para trocar de carro, por exemplo.  “Depois que formar este fundo, haverá a sobra deste 15% ao mês, que deverá ser utilizado para poupar ou investir. Daí é importante ter metas claras de curto, médio e longo prazo, para saber qual é a melhor forma de guardar este dinheiro e tendo um objetivo claro para juntá-lo”, completa.

Se os planos são de curto a médio prazo ou até mesmo na formação do fundo emergencial, o especialista indica que se aplique o dinheiro em uma modalidade em que haja liquidez, ou seja, que a pessoa possa retirar a qualquer momento em que precisar, como na poupança ou algum fundo com resgate, como os CDB’s (Certificado de Depósito Bancário). “Algumas modalidades geram rendas diárias e outras ao mês, como a poupança, por isso se atente antes de contratar um serviço”, orienta.

Já a longo prazo, além destas opções, ainda há o ramo imobiliário, como casas e terrenos, mas que trazem risco, ante o descontrole do que pode acontecer até que decida vendê-los, fazendo com que não valha sequer o equivalente ao que foi pago. “Quem tem conhecimento da dinâmica do mercado, pode ir comprando ações e ir reaplicando os investimentos, sempre em empresas que são mais garantidas para os próximos anos, como bancos, por exemplo. Em algumas décadas é possível ter bastante dinheiro em ações, é até uma forma de autoprevidência”, detalha.

Para o consultor, os jovens devem começar a pensar numa alternativa para aposentadoria, já que o futuro da previdência é incerto e o valor a ser pago jamais chega ao que foi ganho antes da aposentadoria. “É necessário já pensar numa forma de poupar e investir ao longo da vida, tendo uma projeção sempre. Por isso é importante a educação e organização financeira desde o início da vida adulta”, conclui.