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Unidos pelo esporte: mães e filhos dividem treinos e pódium

Publicada dia 16/05/2018 às 11:50:39

Arquivo Pessoal

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Há algum tempo, quando se pensava em mães, imaginava-se mulheres dentro de casa, preparando comidas gostosas em meio a noites com sono interrompido. Mas hoje, além de trabalharem fora, conquistarem sua independência e derrubar rótulos, elas mostram que podem fazer aquilo que bem quiserem, inclusive praticar esportes. E por que não fazer isso acompanhada dos filhos?

A professora de matemática Benedita Singulani, 47, mostra que nunca é tarde para começar, uma vez que começou a praticar corrida aos 41 anos, junto com seu marido Raul, que passava por problemas articulares. “Começamos caminhando na pista em frente ao Leônidas e logo passamos a dar algumas voltas correndo e nossa evolução foi acontecendo. Não demorou para decidirmos competir em uma corrida e, de cara, ganhei um troféu”, lembra. Depois disso, o casal acabou fundando junto a outros corredores da cidade o Santa Cruz Runners, um grupo focado no esporte. “A gente vai a diversas competições e maratonas e seguimos firme. O máximo que já corremos foi 21 quilômetros em uma prova”, detalha.

Mas não foi só o marido que acabou pegando gosto pela corrida, mas também seu filho Herbert Singulani, 24, que vendo a animação do pai e da mãe começou a acompanhá-los, inclusive nas competições. “É engraçado que todas as viagens da família envolvem uma corrida. A gente escolhe o local pelas provas e arquiteta passeios”, revela Benedita. Para a professora, a melhor parte de praticar esportes com o filho é a disputa e incentivo, sempre levando o outro a ser melhor. “Nós levantamos todo domingo bem cedo para treinar, e se fossemos sozinhos com certeza iríamos preferir a cama quentinha”, brinca.

Estudando Sistemas para Internet em Guarapuava (PR), Herbert diz que a corrida uniu a família no sentido de buscar desafios a serem batidos juntos e procura manter o ritmo agora que mora longe. “Hoje em dia pratico sozinho ou com grupos de corrida da cidade que resido, mas sempre que vou para Santa Cruz procuro corridas para estar com eles competindo lado a lado”, completa. E a tática dá certo, já que Herbert e Benedita treinam juntos para a Maratona de Bauru todos os anos e sempre acabam no pódium.  “Sou grato pelo incentivo de minha mãe, e por ajudá-la a alcançar os objetivos, e é muito gostoso comemorarmos junto as vitórias. Esse esporte nos trouxe a rotina e uma vivência familiar mais unida, além de nos proporcionar curtir e sofrer por uma só causa, somado à saúde e bem-estar a toda a família. Sou muito realizado por ter esta oportunidade e quero aproveitar o espaço para dar feliz Dia das Mães para a minha e todas as mães do mundo”, exclama.

Parceria além da rede

Também foi por influência da mãe que Maria Luiza Milo, 14, começou a praticar vôlei aos 9 anos no Icaiçara Clube. “Eu ia sempre assistir aos treinos dela na escola Sinharinha Camarinha, então quis fazer também. E a família já tem esta tendência para esporte, já que tenho duas primas, Letícia e Caroline que também jogam”, conta. A jovem conta que vê como vantagem o apoio e o incentivo da mãe, e por que não, a disputa saudável entre elas. “Nos treinos nós éramos de times diferentes, então nós ficávamos nos provocando na hora do ataque, do bloqueio e também do saque”, revela. Sem intenção, a mãe acabou influenciando na escolha profissional de Maria Luiza, que atualmente joga no Sesi Vôlei Bauru e pretende seguir esta carreira. “Incentivo muito a Maria Luiza e gostaria muito que se tornasse uma profissional do voleibol na seleção brasileira”, conta a mãe, Luciana Milo, 47.

Luciana é professora de Educação Física e pratica vôlei desde os 12 anos, jogando por torneios escolares e municipais, e, depois de uma pausa de 15 anos, passou a defender a equipe Master do Icaiçara Clube e vê como vantagem no esporte em família o incentivo, a realização e a aprendizagem que o voleibol pode proporcionar. “Uma passagem interessante foi nos Jogos Santacruzenses, quando joguei contra a Maria Luiza e, lógico, não queria perder. Lembro que eu queria muito dar um bloqueio nela, mas não consegui e nessas situações a gente zomba uma da outra, mas é tudo brincadeira. Alguns familiares foram aos jogos e tiveram que torcer para as duas”, revela.