Falar com voz de bebê para cães pode melhorar relação
Thaís Balielo
Falar com seu cão com aquela voz infantilizada como se estivesse falando com bebê pode ser apenas uma forma de carinho, mas também pode facilitar a compreensão. Um artigo científico publicado recentemente revelou que os mascotes prestam mais atenção e gostam mais quando os seres humanos falam com a linguagem simplificada e a voz mais aguda que as mães costumam usar para se dirigir aos seus filhos nos primeiros anos de vida.
O veterinário Kaio Sérgio da Venda argumenta que a voz aguda chama mais atenção do cão, pois ele é mais sensível a esse som. “Na verdade não tem nada que comprove que o raciocínio dele muda conforme a voz que fala, mas realmente ele responde melhor ao agudo. A pesquisa não é conclusiva, são hipóteses”, pondera.
Kaio esclareceu que pesquisas já comprovaram que a criança compreende melhor quando se fala com a voz infantilizada, mas no caso dos cães não é possível comprovar. “Em crianças é totalmente comprovado, pois os testes verificam o estímulo na massa cinzenta. Como o cachorro tem o cérebro mais primitivo, não tem a massa cinzenta para raciocínio, então fica totalmente inconclusivo os testes”, diz.
Independente dos cães entenderem melhor com a voz infantilizada, os cuidadores garantem que a voz diferente traz mais carinho e estreita os laços com seus pets. A produtora de eventos, Tammy Fernandes do Prado e Melo, 37, contou que sempre teve cachorro e sempre falou como bebezinho. “Não sei falar com os cães de outra forma. Entendo que o cachorro enxerga a gente como um pai e uma mãe, e ele quer ser tratado como filho. Com a voz infantilizada ele se sente mais querido, mais amado, ele percebe que tem um afeto maior”, acredita.
Tammy conta que chegou a “roubar” a preferência do cão de seu marido por falar com a voz de criança. “O cão era do Adriano Melo e quando nos casamos e passamos a morar todos na mesma casa, o cachorro começou a preferir falar comigo. Eu converso com ele e ele responde resmungando. Parece que está conversando mesmo. Agora ele só pede para eu abrir o portão ou dar ração, não pede mais para o Adriano”, conta.
A produtora afirma que o cachorro muda quando o dono dá essa atenção a mais de falar com a voz infantil. “Ele fica mais calmo, obedece mais, não fica tão ansioso, agressivo”, garante.
A comerciante Fátima Bevilacqua sempre teve cães e garante que se conversar com voz normal eles não respondem. “Quando muda o tom de voz eles atendem na hora. Nunca falei com cachorro de outra forma que não fosse dessa forma infantil. Sempre tive muitos cães, acolho cães da rua e sempre falo assim”, diz.