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Agora é a vez do Bom Jardim “falar”

Publicada dia 13/02/2019 às 12:20:33

Arquivo Pessoal

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O projeto Fala Vila, que foi realizado com a comunidade da Vila Divinéia, fez tanto sucesso que o CRAS resolveu ampliar a ideia e agora terá início o Fala Bom Jardim. A coordenadora do Cras Antiella Carrijo Ramos, explica que a ideia de manter o nome “Fala” foi porque acabou se tornando um método de trabalho. “Com o Fala Vila nós trouxemos a cultura e a arte como instrumento de mobilização social. Então decidimos manter o nome. Isso foi decidido com os moradores que estamos conversando”, conta.

Já ocorreram três reuniões até o momento entre integrantes do Cras Betinha e um grupo de moradores que se uniu pelo projeto. “A ideia é iniciar uma mobilização parecida com a que fizemos na Divinéia, lógico que com um caminho próprio, mas trazer os mesmos instrumentos de trabalho. Iremos começar com um documentário sobre a história do líder comunitário Ailton Reis, conhecido como Ito”, revela.

Ito foi líder do processo de mutirão da construção das casas que hoje formam o bairro. “Ele tem uma história de luta por moradia e pela comunidade muito bonita. Ele foi assassinado 20 dias depois que a casa dele foi entregue. Vamos contar a história dele como fizemos com o João Nervoso na Divinéia. E então, através disso, contar um pouco da história da Bom Jardim”, afirma.

Antiella revelou que o roteiro do documentário já está pronto, já foram indicadas e escolhidas as pessoas que irão dar os depoimentos. “Serão pessoas mais antigas e também jovens que passaram a infância no bairro. A ideia é fazer com que o Fala Bom Jardim quebre preconceitos e estereótipos, quebre um muro que existe entre a vila e o restante da cidade”, diz.

O projeto é uma parceria entre Cras, Secretaria de Cultura e um grupo de moradores. “Vamos começar com o documentário, mas a ideia é ir expandindo e trazer as outras artes para dialogar. Ainda estamos em processo de construção de qual vai ser esse caminho. Por hora de concreto é o documentário. Outra coisa que queremos fazer é uma integração entre o pessoal do Fala Vila com esse novo processo”, argumenta.

Questionada sobre o que mudou com o povo da Divinéia após o projeto, Antiella afirmou que mudou a autoestima, o orgulho que eles têm da história do bairro, da história de vida deles.

Sobre a expectativa com o novo projeto ela disse que é a melhor possível. “Eles têm uma história de luta por moradia muito bonita. Pela luta dos moradores conseguiram transformar a favela em um bairro com casas que construíram em esquema de mutirão. Então recontar essa história vai ser uma forma de perpetuar essa história. Além de falar da vida do Ito que foi um ativista da causa das moradias”, conclui.